Precisamos falar sobre saúde mental

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Fotografia: Pixabay

Texto: Erika Zanon

Precisamos falar sobre saúde mental. E principalmente falar sobre estratégias para identificar e reconhecer quando a saúde mental está pedindo cuidados. Também precisamos falar sobre tratamentos e ferramentas de prevenção. Prevenir pode fazer toda a diferença. Precisamos falar sobre isso porque os dados de entidades e organizações na área da saúde, no Brasil e no mundo, apontam para um cenário delicado. É fundamental colocarmos esse tema em pauta para rompermos com preconceitos, mitos e estigmas que envolvem a saúde mental.

Dados sobre Saúde Mental

No mundo, dados da Organização Mundial de Saúde mostram que quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes – viviam com um transtorno mental em 2019. A ansiedade representava 31% desse total e a depressão, 28,9%. No seu relatório sobre saúde mental, divulgado em junho, a organização destaca que depressão e ansiedade, por exemplo, aumentaram mais de 25% apenas no primeiro ano da pandemia.

Outros dados ainda mostram que o suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes e 58% ocorreram antes dos 50 anos. Além disso, abuso sexual infantil e vitimização por bullying foram apontadas como as principais causas da depressão. O relatório chama atenção para os prejuízos individuais, sociais e econômicos causados pelas doenças mentais, que são a principal causa de incapacidade no planeta.

No Brasil

No País, a Associação Brasileira de Psiquiatria estima que um quarto da população tem, teve ou terá depressão ao longo da vida. A população brasileira adoece mentalmente e soma uma multidão de ansiosos e deprimidos. Os motivos são muitos, as consequências também. Problemas sociais, econômicos, exposição à violência, falta de medidas de prevenção estão entre os motivos apontados pela OMS para o crescimento dos problemas de saúde mental no Brasil e no mundo. O problema não é novo, mas foi acentuado pela pandemia do Coronavírus.

Sem preconceitos!

Quando se fala em saúde mental há muita coisa envolvida e que pode atrapalhar, comprometer ou mesmo piorar a situação, como preconceito, mitos, estigmas, ignorar o problema, entre outros.

Mas é fundamental ter em conta que depressão, transtorno de ansiedade ou qualquer outro transtorno mental não é brincadeira, não é frescura. Há muito sofrimento, privação e, por vezes, desespero. E é preciso um olhar cuidadoso, gentil, responsável, de forma individual e coletiva, para tratar o assunto.

Setembro Amarelo

O Setembro Amarelo é a maior campanha de prevenção de suicídio. Este ano, o lema da ação, que é organizada desde 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), é “A vida é a melhor escolha!”. Conforme informações da campanha, o suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com a última pesquisa realizada pela OMS são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano.

Todos devem atuar ativamente na conscientização da importância que a vida tem e ajudar na prevenção do suicídio, tema que ainda é visto como tabu. É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a melhor escolha.

Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. Mais informações sobre a campanha aqui!

Cuidados

As notícias e números são tristes, mas importantes para olharmos com respeito para tudo isso. Lembrar que a prevenção é ponto fundamental para reduzir e minimizar o problema. Que é preciso encarar a situação sem preconceitos e que existem tratamentos para isso. Inclusive, entre as principais ações e diretrizes propostas pela OMS estão os investimentos em prevenção.

Para a organização, a saúde mental tem sido uma das áreas mais negligenciadas da saúde pública há décadas. No relatório, a agência recomenda ações em três frentes: aprofundar o valor e o compromisso com saúde mental; remodelar ambientes que influenciam a situação, incluindo lares, comunidades, escolas, locais de trabalho, serviços de saúde, ambientes naturais; e fortalecer os cuidados de saúde mental mudando onde, como e por quem o tipo de cuidados é prestado e recebido.

Há diversos tratamentos e abordagens que podem ajudar a prevenir, aliviar e reduzir sintomas de depressão e ansiedade, como exemplo as práticas de mindfulness. Ter o acompanhamento com psiquiatras e/ou psicólogos é o primeiro passo. Cuidados com a alimentação e a prática de atividade física, entre outros, também são fundamentais.

Cuidar é essencial. Prevenir e falar com seriedade sobre o assunto também.

 

Fontes:

https://www.paho.org/pt/noticias/17-6-2022-oms-destaca-necessidade-urgente-transformar-saude-mental-e-atencao

https://news.un.org/pt/story/2022/06/1792702

https://www.setembroamarelo.com/